Ele chegou com dois dias de antecedência. Não avisou direito. Acordei, liguei o computador e li que ele já estava aqui.
No começo eu me assustei, pensei que já não saberia o que fazer com ele perto de mim, e de fato foi assim. Assim, sem jeito.
Depois de tanto tempo longe, eu achava que ele deveria estar no mínimo tímido. Mas me enganei.
Saí do banho e me arrumei pra ele. Pus um vestido que sei que ele sempre gostou, prendi o cabelo pra ele me ver melhor e pus os óculos escuros porque não queria que ele me visse tanto assim.
Peguei o elevador e pensei se deveria mesmo encontrá-lo, já que nunca gostei muito dele. Era só uma saudade distante, que a gente só sente porque não encontra todo dia. Então não significava que eu queria mesmo vê-lo. Então eu poderia voltar pra casa e me esconder no meu quarto sã e salva, antes que ele pudesse me jogar na cara que fui eu quem alguma hora pedi pra ele vir, mesmo eu sabendo que só fiz isso naqueles momentos de fraqueza.
Mas eu não voltei pro quarto. Eu cheguei na portaria e o vi de longe. E de longe mesmo ele me arrancou um sorriso. Em volta todo mundo ria também, e eu fiquei com vergonha dele saber que eu não estava rindo pra ele, e sim de como nunca entendi muito bem como as pessoas se sentem tão à vontade ao seu lado, e eu, que o conheço desde sempre, ainda fico assim sem jeito ao pensar em vê-lo.
Atravessei a porta e ele me abraçou com a força dos 8 meses que passamos longe, e senti como se fosse cair pra trás de susto, de náusea e de repulsa.
O verão chegou a Nova Iorque. Depois de meses no frio negativo e camadas de casacos, ele chegou aqui. Sua première me assustou e tenho minhas dúvidas de até onde resisto. De repente acordei e fazia 33°C lá fora. E a temperatura baixou para 32°C às 10 da noite. Hoje não conversei com o meu pai, mas ele seguramente diria: "Deve estar quente aí. Giuliana Morrone estava de camiseta hoje no jornal!"
A minha Nova Iorque não combina com calor. Na nossa iorque as pessoas se cobrem com elegância, se descobrem sem pressa enquanto se acomodam nas cadeiras dos restaurantes, ainda com frio. Simplesmente não encaixa. É como se nevasse no Rio de Janeiro. Ou se o boteco copo sujo da madrugada de BH nos servisse coq au vin ou cuisses de grenouilles com guardanapo de pano. Ou o meu América Mineiro, vulgo Coelhão, ganhasse o campeonato brasileiro. Ou um filme dos irmãos Cohen com a Meg Ryan como protagonista. Não dá! Não dá!
Ao diabo com o verão, aceito o seu convite e vamos logo pra Reykjavik!
No começo eu me assustei, pensei que já não saberia o que fazer com ele perto de mim, e de fato foi assim. Assim, sem jeito.
Depois de tanto tempo longe, eu achava que ele deveria estar no mínimo tímido. Mas me enganei.
Saí do banho e me arrumei pra ele. Pus um vestido que sei que ele sempre gostou, prendi o cabelo pra ele me ver melhor e pus os óculos escuros porque não queria que ele me visse tanto assim.
Peguei o elevador e pensei se deveria mesmo encontrá-lo, já que nunca gostei muito dele. Era só uma saudade distante, que a gente só sente porque não encontra todo dia. Então não significava que eu queria mesmo vê-lo. Então eu poderia voltar pra casa e me esconder no meu quarto sã e salva, antes que ele pudesse me jogar na cara que fui eu quem alguma hora pedi pra ele vir, mesmo eu sabendo que só fiz isso naqueles momentos de fraqueza.
Mas eu não voltei pro quarto. Eu cheguei na portaria e o vi de longe. E de longe mesmo ele me arrancou um sorriso. Em volta todo mundo ria também, e eu fiquei com vergonha dele saber que eu não estava rindo pra ele, e sim de como nunca entendi muito bem como as pessoas se sentem tão à vontade ao seu lado, e eu, que o conheço desde sempre, ainda fico assim sem jeito ao pensar em vê-lo.
Atravessei a porta e ele me abraçou com a força dos 8 meses que passamos longe, e senti como se fosse cair pra trás de susto, de náusea e de repulsa.
O verão chegou a Nova Iorque. Depois de meses no frio negativo e camadas de casacos, ele chegou aqui. Sua première me assustou e tenho minhas dúvidas de até onde resisto. De repente acordei e fazia 33°C lá fora. E a temperatura baixou para 32°C às 10 da noite. Hoje não conversei com o meu pai, mas ele seguramente diria: "Deve estar quente aí. Giuliana Morrone estava de camiseta hoje no jornal!"
A minha Nova Iorque não combina com calor. Na nossa iorque as pessoas se cobrem com elegância, se descobrem sem pressa enquanto se acomodam nas cadeiras dos restaurantes, ainda com frio. Simplesmente não encaixa. É como se nevasse no Rio de Janeiro. Ou se o boteco copo sujo da madrugada de BH nos servisse coq au vin ou cuisses de grenouilles com guardanapo de pano. Ou o meu América Mineiro, vulgo Coelhão, ganhasse o campeonato brasileiro. Ou um filme dos irmãos Cohen com a Meg Ryan como protagonista. Não dá! Não dá!
Ao diabo com o verão, aceito o seu convite e vamos logo pra Reykjavik!
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