quarta-feira, 19 de novembro de 2008

the last stop


Minha versão seria diferente.
Teria L, J, M & Z.
E teria pote de ouro ali, quando acaba a ponte.
Mas assim também faz tanto sentido. E achei lindo.
Arte desse flickr aqui, que inspira. Aqui, o site.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

meio almodovar, meio woolf. meio bossa-nova, meio rock'n'roll.

Colorindo minha caixa de entrada, chegaram então as palavras dela, querendo notícias de Berlin, e dando noticias de lá:

"Ah a Europa, essa senhora requintada e decadente, tão diferente dessa nossa ilha que se diz o mundo, e talvez seja, mas sempre a pecar pelo excesso e morrer pela falta. (...) e eu sigo, até que minha quilha estoure e eu me lance ao mar."

Que assim seja.

sábado, 15 de novembro de 2008

nova york é uma roça

Não era de minha intenção escrever mais no blog, até que esteja de volta, algum dia, à cidade que tem o ritmo duplo.
Mas lendo o blog da Cecília Giannetti, encontrei esse texto que me fez graça, e mais ainda a coincidência de na época ela estar também em Berlim, lembrando recortes de Nova Iorque.


NOVA YORK É UMA ROÇA

Se é verdade que a beleza está nos olhos de quem a enxerga
Vão pentear macaco
Valham-me os clichês da minha terra:
NY é uma roça, o mundo é um ovo e a caravana passa
Tudo ao mesmo tempo agora.

Vitrine pra Sinhozinho Malta, Viúva Porcina, dourado e
verde-limão
"Usa cor quem sabe", guincha um pequinês da Park Avenue
Jaqueta ao preço da passagem pra Vegas
Piteira prata de brinde com o estojinho de maquiagem - usa blush
quem não tem sol -, Puxar pra cima a meia-calça arrastão
Pruma volta em Union Square e score um skatista
Depois contar às amigas-que-almoçam
Uma história diferente, pra variar
Chianti e Pinot Griggio 8 dólares a taça mais tips
Coleira de cobre, relógio de couro
Sapato de plástico, cerveja light
"Igualzinho à Ilha do Governador!"
Mas aqui
Ninguém quer dois de nada a um real
Baratas do tamanho de ratos, ratos do tamanho de poodles
E beatnika é a vovozinha!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

vou-me embora pra passárgada

O dia me recebeu cinza como gosto.
Meus movimentos pareciam fazer parte de um ritual que quis cuidar de todos os detalhes.
Fechei os olhos enquanto tomava a água da torneira pra nunca me esquecer de como sabe.
Amarrei o tênis com a intenção de que ele me guie por onde for e me faça retornar.
Peguei o meu trem predileto pra olhar mais uma vez a paisagem que me emocionava todas as manhãs.
Comecei a ler um livro que tem no título o nome do lugar que mais gosto aqui.
Ganhei um moleskine novo pra escrever novas estórias.
Mudei o caminho pra passar por lugares onde já morei e lembrar de todos os detalhes deste último ano.
Cruzei com o moço que toca banjo e estreita minha garganta a cada nota. Só chorei um pouco hoje.
Me perguntei pela milésima vez por que diabos existe estação na 28th st. e como as pessoas podem achar normal uma criança de 80 anos andar andar de carrinho.
Tentei enxergar o que vem daqui pra frente, mas deixar a cidade me embassa a vista.
Lembrei da verdade que me falaram, que em Nova Iorque alguém sempre te ajudará e você sempre ajudará alguém.
Fui almoçar em um dos meus restaurantes favoritos.
Tomei um café sem dramas com a amiga querida e andei na chuva depois de me despedir dela.
Falei 'ta mañana' com o dominicano da Deli como se minha vida fosse seguir a mesma rotina amanhã.
Desliguei o iPod pra ouvir todos os barulhos da cidade, e hoje não ouvi nenhuma sirene.
Atendi o telefone pra marcarmos o lugar da cerveja e nem tive tempo de contar a ele que foi tomando um cappuccino há poucos dias, que ele sem saber me fez decidir o próximo destino, tão cheio de vida me explicava como é a cidade lá.
Tentei, sem sucesso, achar um The New York Times pra guardar pra sempre, depois de estar aqui, no meio da confusão celebrando o fenômeno Obama.
Amanhã vou acordar, fechar as malas, pegar um café na cafeteria que gosto, inundar as ruas com meu drama e seguir viagem.
Porque o mundo é grande, porque eu quero mais incertezas e porque o visto acaba.
Nova Iorque estará aqui esperando, mãe que é. E eu esperando de lá, o dia de te ver outra vez, e então te dar a mão pra você me levar por onde quiser.