terça-feira, 27 de maio de 2008

bobagem

Falando em cachorros, vai ai um post bobo porque to sem tempo e gripada. E sem ninguem pra cuidar de miiiim. So mesmo em NY:







sexta-feira, 23 de maio de 2008

la que lleva un cascavel en el cuello

Os presento Cannoli, la perra de 70 años.


terça-feira, 20 de maio de 2008

urban outfitters

A gente costuma brincar que todos os estudantes dos Estados Unidos e talvez boa parte do mundo têm os mesmos móveis, graças aos preços acessíveis da fofíssima Ikea (que tem ônibus de graça a cada meia hora, de 10 a.m. às 6 p.m. nos fins de semana saindo do Port Authority para Elizabeth - NJ -, onde fica a loja). Em toda casa tem pelo menos alguma poltrona, mesinha, luminária ou cama da loja legal, e uma amiga até sabe de cor os nomes, como se fossem clássicos de Mies van der Rohe ou Charles & Ray Eames.
Mas pra dar uma variada, eu amo a Urban Oufitters (em toda esquina tem uma). As roupas da loja são lindinhas demais, mas é chegar na seção de coisinhas pra casa que eu confirmo como gosto desse tal de design de produtos mais do que tudo. As coleções variam, mas têm de copos à poltronas, e os preços também são ótemos! Eu que amo cositas kitsch sou suspeita pra falar, mas está tudo lindo por lá nessa primavera! O conjunto de saleiro e pimenteiro de bambi é de cair pra trás e custa 4,99 na promoção, mas não achei foto pra postar.
Uns preferidos aí.






segunda-feira, 19 de maio de 2008

um pouco de xico sá

Sei que o dia das mães foi há mais de uma semana, mas falando em saudade, em ficar sozinho e em chorôrô, deixo aí a crônica do pernambucano que adoro! Não tinha como colocar o link exato, então vou copiar aqui mesmo.

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BENÇA, MÃE*

Mãe, ainda me lembro quando tu colocaste a rede no fundo da mala, mala de couro, forrada com brim cáqui, e perguntaste, tentando sorrir no prumo da estrada: “Filho, será que na capital tem armador nas paredes?”

Naquela noite eu partiria para o Recife, que conhecia apenas de fotos e do mar de histórias trazidos pelos amigos. Lembro de uma penca de fotografias em especial, que ilustrava uma bolsa de plástico que usava para carregar meus livros e cadernos. Lá estavam as pontes do centro, casario da Aurora ao fundo, lá estava a sede da Sudene, símbolo de grandeza naquele apagar dos anos 1970, lá estava o Colosso do Arruda, o estádio do Santa...

Quando o ônibus gemeu as dores da partida, aquela zoada inesquecível que carregamos para todo o sempre, tu me olhaste firme, e eu segurei as lágrimas tão-somente para dizer que já era um homem, que era chegada a hora de ganhar o mundo, o mundo que conhecia somente pelo rádio, meu vício desde pequeno, no rádio em que ouvia os Beatles, as resenhas e as transmissões esportivas das rádios Nacional, além de todo um sortimento de novidades daqui e do estrangeiro.

Lembro que naquele dia, mãe, ouvimos juntos o horóscopo de Omar Cardoso, na rádio Educadora (ou teria sido na Progresso de Juazeiro?). Que falava dos novos rumos do signo de Libra. Você disse: “Tá vendo, meu filho, você será muito feliz bem longe”.

A voz de Omar Cardoso e o seu mantra ecoava no juízo: “Todos os dias, sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor!”

Foi o dia mais curto de toda a existência. O almoço chegou correndo, a merenda da tarde passou voando... e quando dei fé estava diante da placa Crato/Recife, Viação Princesa do Agreste.

Todo choro que segurei na tua frente, mãe, foi derramado em todas as léguas seguintes. Mal chegou em Barbalha eu já estava com os dois lenços de pano –outro cuidado seu com o rebento- molhados. Em Missão Velha, uma moça bonita, uma estudante que voltava de férias, me confortou: “É para o seu bem, foi assim também comigo”.

Quando chegou em Salgueiro, além dos lenços e da camisa nova -xadrezinho da marca Guararapes-, o livro Angústia, de Graciliano Ramos, um dos motivos da minha vontade de conhecer a vida, também já estava encharcado.

E assim foi a viagem toda. Com direito a soluços, que acordaram a velhinha que ia ao meu lado, quando o ônibus chegou ao amanhecer no Recife.

Arrastei a mala pelo bairro de São José e procurei a pensão mais econômica.

Sim, mãe, tem armador de rede, escrevi na primeira carta. Naquele tempo não usava-se, em famílias sem muito dinheiro, o telefone. Era tudo na base do “espero que esta te encontre com saúde”, como a gente escrevia na formalidade das missivas.

É mãe, neste teu dia, que está quase chegando a hora, quero lembrar que a coisa que mais me comoveu foi tua coragem, que eu até achava, cá entre nós, que fosse dureza além da conta d´alma. Até falei, um dia no divã, sobre o assunto, como se eu quisesse que naquela despedida o sertão virasse o teu mar de pranto.

Eis que recentemente me contaste como foi duro, que tudo não passava de um jeito para não fazer que eu desistisse de ganhar a rodagem. Aí me lembrei de uma sabedoria que citava nas cartas e bilhetes, quando eu esmorecia um pouco na sobrevivência da cidade grande: “Saudade não bota panela no fogo”. E ainda reforçava: “Saudade não cozinha feijão, coragem, filho, coragem”.

Em nome das mães de todos os meninos e meninas que partiram, dona Maria do Socorro, quero te deixar beijos e flores.

Sim, mãe, agora já sabes que somos de uma família de homens chorões, são 04h06 de uma quarta-feira e eu choro um pouco, como fazia no fundo daquela rede colorida que puseste no fundo da mala, chorava tanto nos sótãos das pensões do Recife que os chinelos amanheciam boiando no quarto, como se quisessem tomar o caminho de volta para casa.

*crônica publicada no final de semana nos jornais O Tempo(BH), Diário de Pernambuco e Diário do Nordeste (Fortaleza). Distribuição agência BrPress. veículos interessados na publicação devem procurar juliana@brpress.com.br


back to nyc

A gente estava andando por Valencia, ainda triste com a minha decepção em comprovar que não gosto mais de horchata. No calor de Barcelona eu achei que a bebida que eu tanto adorava quando morava na Espanha não estava boa porque não era a horchata de Valencia, mas lá se foi mais uma coisa que achava que gostava, tipo suco de graviola e sorvete de milho verde...

Paramos pra dar uma ligada pra casa e recebemos a notícia que o namorado tinha que voltar pro Brasil. Pero así, ¿de pronto? Ostias, me cago en la leche, y ahora qué? Pues nada, viajamos um pouco mais, voltamos pra Paris e lá foi ele pra um lado e eu pro outro, com despedida de filme, doendo ate agora e choro na estação, porque lá em casa é assim. Brabo, mas a torcida é grande, tipo mineirão lotado como diz uma amiga. Sem mais drama e delongas pelo blog, encarnei total o espírito formiga atômica, como diz outra amiga, e resolvi que ficaria em Paris, meio sem lenço, sem documento e sem namorado, mas com amigas queridas do lado e uma cidade foda pra chamar de casa. Arrumei um lugar pra trabalhar em Barcelona, logo eu, que amo Barcelona. Mas não sabia de verdade o que queria fazer e por algum motivo não queria voltar agora pra Espanha. Paris c'est genial, mas a pobreza da galera me desanimava. Não achei Paris cara, not at all. Hombre, se ficasse pensando em euros sim, mas comparando com Nova Iorque achei tranquilo, mas é caro pras pessoas que moram e trabalham lá. A gente levava uma boa vida danana em NY, sem amarração. No Brasil eu era mais pão-dura, mas nunca tinha dinheiro pra nada. Por aqui ganha-se bem, claro, então nunca nos privamos de bons restaurantes, shows e mais shows, táxis nas horas cansadas, cervejas depois do trabalho e um ap bem lindinho!

Pensando por esse lado, eu fiz as malas e decidi voltar pra jungle, all by myself, num ritmo bem horroroso como a música. Na minha ultima noite na cidade luz eu já estava dormindo e já decidida quando minha amiga linda ligou dizendo 'Fica, fiiiica, eu acho que você tem que ficar!' e então eu não sabia mais nada da minha vida. Ela foi cedinho me encontrar e tivemos a última tarde de conversas intermináveis, me acompanhou até o aeroporto, comemos pain au chocolat, e foi um chorôrô, porque minhas amigas são assim!

Peguei duas poltronas pra mim e vim num dorme-não-dorme horrível. Seis horas de diferença de fuso e pousei numa Nova Iorque fria e chuvosa, porque esse frio não vai embora nunca. Fui encontrar uma amiga, na casa de outra uma amiga no Brooklyn, e ainda tive forças pra umas cervejas e uns casos. Acordei umas vinte vezes, sem entender onde estava, porque estava e que horas eram, mas foi acordarmos e sairmos pra comprar café da manhã que tive certeza de ter tomado a decisão certa. I love New York, e saio por aí com a frase estampada na camiseta feliz da vida! A Europa é foda, Paris é maravilhosa, mas essa é a Nossa Iorque, com mercadinhos cool no meio do nada do Brooklyn, com atendentes blasé e sanduíches de broto de alfafa, cafés ralos e aquele ar de que tudo ainda esta em construção. Aqui as cores são meio laranja, meio tijolo ao invés de bege. A gente come hot dog pela rua ao invés de crêpe. As pessoas são misturadas com estilos completamente diferentes, ao invés do mar de calças skinny e tennis all star.
E o metrô é 24 horas 7 dias por semana. Fechou!

Enfim, aqui estou de volta, já com ritmo verão 2008, nessa cidade que nem a primavera consegue chegar. Segundona, várias coisas acontecendo por segundo na minha vida, sol bonito lá fora e uma máxima de 10 graus. Programação frenética de shows e festivais de todos os estilos, que eu espero poder contar tudo por aqui!
Bisou

sexta-feira, 16 de maio de 2008

paradeiro

Sim, sou uma blogueira desnaturada, mas é porque acho que ninguém lê isso aqui. Anyway, vou tentar contar um pouco das tantas coisas que aconteceram por aqui e por aí.

Os meus pais vieram nos visitar. Isso já me dá o direito de ficar sumida do blog por um bom tempo e por um bom motivo. De repente, no meio dessa loucura dessa cidade, de horas de trabalho, de correrias na Parsons, de inverno que não acaba nunca, de repente os meus pais estão aqui!!! Foi tudo calculado e então já não existia mais trabalho, não existia mais correria e não tem como explicar a sensação de 'pára mundo, por favor!'. Queria congelar os momentos por mais brega que isso seja. Casos, casos, cervejas, whisky (como não trazer um do free shop?), risadas, mais casos, presentes e encomendas e então tudo estava como sempre foi. Tãããão bom. A gente acordava e a casa já cheirava café sem a gente ter feito nada! A geladeira nunca esteve tão cheia e eu tão cheia de manhas. 'Pai, faz bacalhau pra mim?', 'Mãe, faz massagem no meu pé?', 'Namorado, mexe no meu cabelo?' (normal!).

Nova Iorque ficou mais humana, mais engraçada, menos gelada. Daí viajamos, usei chinelo e sai de cabelo molhado!!! Encontramos amigos, desses desde sempre e pra sempre, fomos à praia, meu pai fez pernil a pedidos, shots, irish car bombs, piscina, patos, ar condicionado, muitas fotos, muita palhaçada, zero trabalho e a vida como tem que ser. Perto das pessoas que conhecem a gente, só pela voz do 'bom dia!'. Voltamos e Nova Iorque continuava gelada, mas isso nem importava mais. Eu deitava no meio dos meus pais e pensava até onde vale a pena ficar longe, mas era andar pelas ruas que eu me enchia de orgulho de morar aqui. Eu amo. E a vida seria tão mais fácil com dinheiro. Basta uma passagem de avião pra matar a saudade de casa, do pão da padaria da esquina, de encontrar os amigos naquele boteco depois do trabalho (que incrivelmente acaba às 6 da tarde!!!!!!!!!!!!), beber muito e pagar 8 reais no final! Ficar em casa de papo com as meninas, rir de tudo com meu irmão... Enfim! Quinze dias se passaram, um chôrôrô danado pra variar, porque lá em casa é assim mesmo. Agora quando falo de algum lugar, de alguém ou de qualquer buraco na parede eles já conhecem, e assim eles já ficam um pouco mais perto de mim.

Depois eu e o namorado viramos turistas em NY por uma semana, quando a primavera deu o ar da graça e saíamos sem destino, hora ou compromisso. As árvores realmente tinham flores, as pessoas mudam completamente e a cidade fica mais colorida. A saudade foi virando ansiedade pra já planejada (de última hora) férias merecidas e então a vida virou de cabeça pra baixo mas depois conto. E as férias, ah as férias merecem um outro post... A gente deveria ter umas quatro férias de um mês por ano! Ou cinco!