terça-feira, 22 de janeiro de 2008

deu no ny times...

Ontem foi feriado aqui. Martin Luther King's day. Cheguei pra trabalhar (claro! nós, trabalhadores mortais não temos folga) e me avisaram :"vai ser fraco, pode apostar. além do feriado, a sensação térmica é de -13". E a novidade? Já estava com uma revista na bolsa pra dar uma olhadela caso a noite fosse mesmo um fracasso, e o frio, bom, o frio ninguém precisava me avisar. Só pelos estrondos da calefação quando acordo eu sei que a coisa tá braba, e descer na Deli pra comprar sucrilhos de chinelo quase me fez perder os dedinhos do pé (em compensação achei um aspirador novinho no lixo, já que o nosso está capengando). A noite surpreendeu e não paramos um minuto, até que entraram dois caras e por coincidência, uma amiga que trabalha num restaurante perto estava lá e me avisou: "cuidado com esses aí. acabaram de sair do restaurante e tentaram o golpe do troco" . Golpe do troco? Sim, eles fizeram exatamente igual. Não pedem cardápio, pedem uma comida qualquer pra levar. Dão o dinheiro e quando ficam sabendo do preco, fingem achar caro e pedem o dinheiro de volta. Obviamente, você devolve o dinheiro e eles falam que você não devolveu. Amigooo!!! Pra cima de moi! Vai passar uma temporada no Brasil antes de querer dar um de malandro aqui! Ele disse que nããão, que não tinha pego o dinheiro mas que ia sair e conferir a carteira e depois voltava. Nunca mais, of course. Mas eu estou gostando tanto dessas confusões, que queria demais um barraquinho pra animar mais a noite!
Essas confusões eu me refiro a dois acontecimentos há algumas semanas atrás. Quarta de manhã. Dia de folga do casal e um telefone tocando estridente às 8 e pouco da matina. Neeem que a vaca tussa. Sou muito mais o meu sono. Voice mail: " Bárbaraaa, atende o telefone". Ai Jesus, lá vem! Era a cozinheira, dizendo que eu tinha trancado o restaurante com o cadeado errado e que ela não tinha chave pra entrar. "Não sou eu quem tranca o restaurante, sweetheart, é o Germano, e ele faz isso há 11 anos. E ele não ia confundir o cadeado". OK. Liguei pro gerente e ele que resolva essa história de chaveiro, porque não tinha que eu podia fazer. Só queria meu sono abraçadinha com o namorado.
Quase 4 horas depois liga o gerente. "Bárbara, onde você colocou o dinheiro de ontem?" "No mesmo lugar de sempre." "E o dinheiro do caixa?" "No caixa, oras!" "Meu Deus! Fomos assaltados!".
Nenhum sono depois, roupas pra lavar e um dia livre pra aproveitar, resolvi passar e ver como andava a investigação! As câmeras! Quero ver as câmeras! A câmera burra, não tem aquele esquema de filmar no escuro tipo Big Brother e só da pra ver a lanterninha do sujeito que foi direto no dinheiro, e nem o iPod levou. O espertão dançou quando desceu pro basement e acendeu a luz! (nem eu sei onde acende essa luz...strange!) e deu uma passeada pelo basement até estragar a câmera. A cena parecia mesmo um seriado, CSI NY total, com direito a detetives de sobretudo, partners, tradutores, pó com pincelzinho para coletar impressão digital, copos de café e nenhum donut! A coisa acabou em pizza e até hoje não se sabe quem foi.
Uns cinco dias depois da aventura, saio do ap pro trabalho e vejo uns cinco carros na NYPD, faixas amarelas bloqueando passagem, ambulâncias, repórteres de tv fervorosos e eu morrendo de curiosidade. Uma história paralela estava acontecendo com nossos celulares, que estavam bloqueados por falta de pagamento, sendo que eu paguei sim as continhas numa dessas casas faz-tudo! Tipo uma lotérica que era... bem, era ali no meio daqueles policiais, ambulâncias e repórteres. Pouco tempo depois o namorado liga: "Ou, não posso entrar pra resolver o problema da conta. Aconteceu alguma coisa aqui e tá uma confusão.". Problema resolvido , telefone funcionando minutos depois por erro da T Mobile, fico sabendo que deram um tiro num cara lá dentro. Ai meu Deus, imagina se o namorado vai lá minutos antes! Horas depois outra história: um velhinho passou mal e teve um infarto. Volto pra casa tarde ainda vendo repórteres na porta e só no outro dia, quando entro num táxi vejo a historia na televisaozinha do carro:
Três velhinhos aposentados amigos de longa data. Um dia um acorda morto e o os outros dois pensam: 'que pena! era hoje o dia de pegar a pensão dele! vamos lá?'. Os dois velhinhos colocam o terceiro (morto) numa cadeira de escritório, dessas de rodinha e levam o cadáver até a Pay-O-Matic para retirar o dinheiro. Quando a atendente diz que somente o titular pode fazer o saque eles apontam pra cadeira lá fora e dizem que ele esta logo ali óh! Desconfiada do titular imóvel ela chama a polícia e os velhinhos sao presos! Deu no NY Times e qualquer semelhança com Weekend at Bernie's (ou Um Morto Muito Louco) é mera coincidência!

2 comentários:

Ludmila A. disse...

putz!
pelo menos quando vc voltar se não tiver gostado daí, vai ter boas estórias pra contar... rs

lud

mari disse...

muito bom ...estás craque menina, mineira, brasileira!!!!!!!!