segunda-feira, 19 de maio de 2008

back to nyc

A gente estava andando por Valencia, ainda triste com a minha decepção em comprovar que não gosto mais de horchata. No calor de Barcelona eu achei que a bebida que eu tanto adorava quando morava na Espanha não estava boa porque não era a horchata de Valencia, mas lá se foi mais uma coisa que achava que gostava, tipo suco de graviola e sorvete de milho verde...

Paramos pra dar uma ligada pra casa e recebemos a notícia que o namorado tinha que voltar pro Brasil. Pero así, ¿de pronto? Ostias, me cago en la leche, y ahora qué? Pues nada, viajamos um pouco mais, voltamos pra Paris e lá foi ele pra um lado e eu pro outro, com despedida de filme, doendo ate agora e choro na estação, porque lá em casa é assim. Brabo, mas a torcida é grande, tipo mineirão lotado como diz uma amiga. Sem mais drama e delongas pelo blog, encarnei total o espírito formiga atômica, como diz outra amiga, e resolvi que ficaria em Paris, meio sem lenço, sem documento e sem namorado, mas com amigas queridas do lado e uma cidade foda pra chamar de casa. Arrumei um lugar pra trabalhar em Barcelona, logo eu, que amo Barcelona. Mas não sabia de verdade o que queria fazer e por algum motivo não queria voltar agora pra Espanha. Paris c'est genial, mas a pobreza da galera me desanimava. Não achei Paris cara, not at all. Hombre, se ficasse pensando em euros sim, mas comparando com Nova Iorque achei tranquilo, mas é caro pras pessoas que moram e trabalham lá. A gente levava uma boa vida danana em NY, sem amarração. No Brasil eu era mais pão-dura, mas nunca tinha dinheiro pra nada. Por aqui ganha-se bem, claro, então nunca nos privamos de bons restaurantes, shows e mais shows, táxis nas horas cansadas, cervejas depois do trabalho e um ap bem lindinho!

Pensando por esse lado, eu fiz as malas e decidi voltar pra jungle, all by myself, num ritmo bem horroroso como a música. Na minha ultima noite na cidade luz eu já estava dormindo e já decidida quando minha amiga linda ligou dizendo 'Fica, fiiiica, eu acho que você tem que ficar!' e então eu não sabia mais nada da minha vida. Ela foi cedinho me encontrar e tivemos a última tarde de conversas intermináveis, me acompanhou até o aeroporto, comemos pain au chocolat, e foi um chorôrô, porque minhas amigas são assim!

Peguei duas poltronas pra mim e vim num dorme-não-dorme horrível. Seis horas de diferença de fuso e pousei numa Nova Iorque fria e chuvosa, porque esse frio não vai embora nunca. Fui encontrar uma amiga, na casa de outra uma amiga no Brooklyn, e ainda tive forças pra umas cervejas e uns casos. Acordei umas vinte vezes, sem entender onde estava, porque estava e que horas eram, mas foi acordarmos e sairmos pra comprar café da manhã que tive certeza de ter tomado a decisão certa. I love New York, e saio por aí com a frase estampada na camiseta feliz da vida! A Europa é foda, Paris é maravilhosa, mas essa é a Nossa Iorque, com mercadinhos cool no meio do nada do Brooklyn, com atendentes blasé e sanduíches de broto de alfafa, cafés ralos e aquele ar de que tudo ainda esta em construção. Aqui as cores são meio laranja, meio tijolo ao invés de bege. A gente come hot dog pela rua ao invés de crêpe. As pessoas são misturadas com estilos completamente diferentes, ao invés do mar de calças skinny e tennis all star.
E o metrô é 24 horas 7 dias por semana. Fechou!

Enfim, aqui estou de volta, já com ritmo verão 2008, nessa cidade que nem a primavera consegue chegar. Segundona, várias coisas acontecendo por segundo na minha vida, sol bonito lá fora e uma máxima de 10 graus. Programação frenética de shows e festivais de todos os estilos, que eu espero poder contar tudo por aqui!
Bisou

2 comentários:

mari disse...

como dizia a mãe do xicosa... saudade nao cozinha feijão, coragem filha coragem.

Let disse...

chorar na despedida?
normal:
"there's beauty in the breakdown"!

vamo que vamo.
o mineirão inteiro, de perto ou de longe, zela pelo seu coração. ;)