O dia me recebeu cinza como gosto.
Meus movimentos pareciam fazer parte de um ritual que quis cuidar de todos os detalhes.
Fechei os olhos enquanto tomava a água da torneira pra nunca me esquecer de como sabe.
Amarrei o tênis com a intenção de que ele me guie por onde for e me faça retornar.
Peguei o meu trem predileto pra olhar mais uma vez a paisagem que me emocionava todas as manhãs.
Comecei a ler um livro que tem no título o nome do lugar que mais gosto aqui.
Ganhei um moleskine novo pra escrever novas estórias.
Mudei o caminho pra passar por lugares onde já morei e lembrar de todos os detalhes deste último ano.
Cruzei com o moço que toca banjo e estreita minha garganta a cada nota. Só chorei um pouco hoje.
Me perguntei pela milésima vez por que diabos existe estação na 28th st. e como as pessoas podem achar normal uma criança de 80 anos andar andar de carrinho.
Tentei enxergar o que vem daqui pra frente, mas deixar a cidade me embassa a vista.
Lembrei da verdade que me falaram, que em Nova Iorque alguém sempre te ajudará e você sempre ajudará alguém.
Fui almoçar em um dos meus restaurantes favoritos.
Tomei um café sem dramas com a amiga querida e andei na chuva depois de me despedir dela.
Falei 'ta mañana' com o dominicano da Deli como se minha vida fosse seguir a mesma rotina amanhã.
Desliguei o iPod pra ouvir todos os barulhos da cidade, e hoje não ouvi nenhuma sirene.
Atendi o telefone pra marcarmos o lugar da cerveja e nem tive tempo de contar a ele que foi tomando um cappuccino há poucos dias, que ele sem saber me fez decidir o próximo destino, tão cheio de vida me explicava como é a cidade lá.
Tentei, sem sucesso, achar um The New York Times pra guardar pra sempre, depois de estar aqui, no meio da confusão celebrando o fenômeno Obama.
Amanhã vou acordar, fechar as malas, pegar um café na cafeteria que gosto, inundar as ruas com meu drama e seguir viagem.
Porque o mundo é grande, porque eu quero mais incertezas e porque o visto acaba.
Nova Iorque estará aqui esperando, mãe que é. E eu esperando de lá, o dia de te ver outra vez, e então te dar a mão pra você me levar por onde quiser.
Meus movimentos pareciam fazer parte de um ritual que quis cuidar de todos os detalhes.
Fechei os olhos enquanto tomava a água da torneira pra nunca me esquecer de como sabe.
Amarrei o tênis com a intenção de que ele me guie por onde for e me faça retornar.
Peguei o meu trem predileto pra olhar mais uma vez a paisagem que me emocionava todas as manhãs.
Comecei a ler um livro que tem no título o nome do lugar que mais gosto aqui.
Ganhei um moleskine novo pra escrever novas estórias.
Mudei o caminho pra passar por lugares onde já morei e lembrar de todos os detalhes deste último ano.
Cruzei com o moço que toca banjo e estreita minha garganta a cada nota. Só chorei um pouco hoje.
Me perguntei pela milésima vez por que diabos existe estação na 28th st. e como as pessoas podem achar normal uma criança de 80 anos andar andar de carrinho.
Tentei enxergar o que vem daqui pra frente, mas deixar a cidade me embassa a vista.
Lembrei da verdade que me falaram, que em Nova Iorque alguém sempre te ajudará e você sempre ajudará alguém.
Fui almoçar em um dos meus restaurantes favoritos.
Tomei um café sem dramas com a amiga querida e andei na chuva depois de me despedir dela.
Falei 'ta mañana' com o dominicano da Deli como se minha vida fosse seguir a mesma rotina amanhã.
Desliguei o iPod pra ouvir todos os barulhos da cidade, e hoje não ouvi nenhuma sirene.
Atendi o telefone pra marcarmos o lugar da cerveja e nem tive tempo de contar a ele que foi tomando um cappuccino há poucos dias, que ele sem saber me fez decidir o próximo destino, tão cheio de vida me explicava como é a cidade lá.
Tentei, sem sucesso, achar um The New York Times pra guardar pra sempre, depois de estar aqui, no meio da confusão celebrando o fenômeno Obama.
Amanhã vou acordar, fechar as malas, pegar um café na cafeteria que gosto, inundar as ruas com meu drama e seguir viagem.
Porque o mundo é grande, porque eu quero mais incertezas e porque o visto acaba.
Nova Iorque estará aqui esperando, mãe que é. E eu esperando de lá, o dia de te ver outra vez, e então te dar a mão pra você me levar por onde quiser.
2 comentários:
Como já dizia Clarice "...O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido."
Boa viagem, bjos.
Que lindo! Muito triste, mas lindo mesmo assim. Te desejo toda a sorte do mundo nessa nova aventura. Continuarei te acompanhando por aqui. beijo!
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